O Ministério da Educação (MEC) lançou
ontem (27) o Programa Escola do Adolescente, que vai oferecer, por meio
de uma plataforma digital, formação e apoio técnico a professores e
gestores de escolas públicas. O objetivo é melhorar o desempenho de
estudantes nos anos finais do ensino fundamental, ou seja, do 6º ao 9º
ano.
“O ensino fundamental 2 é uma
das etapas que tem tido menos política, que tem sido menos pensada.
Temos muita coisa para o ensino médio, para a alfabetização, para anos
iniciais [do 1º ao 5º ano do ensino fundamental]”, diz o ministro da
Educação, Rossieli Soares, durante o lançamento em Brasília. “É preciso
trazer oportunidade de apoiar as escolas nessa etapa”, complementou.
Para
participar, estados e municípios devem fazer a adesão ao programa. O
prazo começa no dia 10 de dezembro e vai até o dia 31. Em seguida, as
escolas farão a adesão, de 11 a 31 de dezembro.
Todas
as escolas com anos finais do ensino fundamental poderão participar.
Para as 13 mil escolas públicas com alto índice de vulnerabilidade, ou
seja, com mais de 50% dos alunos com Bolsa Família, o MEC vai repassar
R$ 360 milhões, no âmbito do programa Novo Mais Educação.
Os
recursos deverão ser usados para ampliar o tempo dos estudantes na
escola e para que as escolas implementem programas para a aprendizagem.
Do total, R$ 220 milhões serão repassados ainda em 2018. Em 2019, serão
repassados, os R$ 140 milhões restantes.
Desempenho e avaliação
Segundo
o MEC, a plataforma vai oferecer instrumentos para tornar as aulas mais
atrativas. Além de acesso a materiais específicos, que ajudarão
gestores e professores tanto nas aulas quanto a entenderem melhor os
estudantes, as escolas terão acesso a um diagnóstico detalhado com o
desempenho dos estudantes, taxa de aprovação, entre outros dados.
A
plataforma fornecerá ainda instrumentos para a realização de avaliações
de matemática e português dos estudantes nos anos finais. Estarão
disponíveis ferramentas de escuta da percepção que os estudantes têm
sobre o ambiente escolar. Além de uma área de compartilhamento de boas
práticas.
“Sabemos pouco a respeito
de como o adolescente aprende, o que caracteriza esse adolescente, a
plataforma servirá para a formação e fortalecimento da gestão pedagógica
e apoio a gestão”, diz a secretária de Educação Básica da pasta, Kátia
Smole. “Queremos trazer para o centro da conversa uma palavra às vezes
esquecida: aprendizagem. Os estudantes precisam aprender na escola”.
Soares
assinou hoje a portaria que institui o programa. Segundo Kátia, o
governo atual deixará, para a equipe do presidente eleito Jair
Bolsonaro, tudo organizado para que a plataforma comece a ser usada nas
escolas a partir de 2019. “Estamos deixando a plataforma, ferramenta de
gestão, roteiro de trabalho, constituição de rede de governança, para
que as redes e as escolas possam começar 2019 com insumo bastante grande
para dar continuidade a esse programa”, disse.
Indicadores
Os
indicadores educacionais mostram que o desempenho dos estudantes tem
queda nos anos finais do ensino fundamental, intensificando no ensino
médio – etapa com os piores indicadores. Ao final do ensino fundamental,
de acordo com os últimos dados disponíveis, em 2017, 45% das escolas
não alcançaram a meta do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(Ideb).
Além disso, de cada 100
alunos, cinco concluíram a etapa com o aprendizado adequado em português
e três em matemática, de acordo com parâmetros do MEC. Na rede pública,
14,5% dos estudantes reprovam ou abandonam os estudos no ensino
fundamental nas escolas públicas.
Fonte: Agência Brasil